15/06/2020

Por Paula Ravanelli*

Publicado originalmente em folhasantista.com.br

Não podemos ficar calados. A Covid-19 tem sido um sofrimento para o mundo inteiro, para todo o Brasil. Tem sido assim também na nossa região. Os números, sempre frios, mostram isso. E Cubatão alcança um lamentável destaque: é a cidade onde essa doença mais tem crescido em casos. Nos últimos dias assumimos também o posto de município com maior número de mortos para o tamanho da população. Sim, a Covid tem vitimado mais cubatenses do que moradores de outras cidades.

No número de novos casos, tivemos uma alta de arrepiar os cabelos. Na Baixada Santista, quando a gente compara o tamanho da população, vê que os casos aumentaram 10 vezes mais do que em Praia Grande, três vezes mais do que em São Vicente e o dobro do Guarujá. Isso entre o começo de maio e o último dia 12.

Nos óbitos, que são pessoas que conhecemos, pais, mães e filhos e não apenas números, vemos um aumento considerável também e que nos coloca, em termos relativos, como o Município onde mais tem morrido pessoas de toda a região. Até o domingo, 78 moradores de Cubatão tinham morrido de Covid. São 60 vítimas fatais para grupo de 100 mil moradores, um dos índices usados pela Organização Mundial da Saúde para medir a gravidade da doença em localidades.

Cubatão tem 130.705 habitantes segundo a estimativa do IBGE de 2019. Para efeitos comparativos, agora com números oficiais do ultimo domingo, dia 14, para 100 mil moradores de Praia Grande, havia o registro de 65 óbitos. Ou seja, mesmo com uma população quase três vezes maior, a vizinha Praia Grande tem menos mortos por Covid do que Cubatão. Lá, são 20 mortos para cada 100 mil, uma vez que o IBGE calculou em 325.073 a população de PG.

Ainda nos comparativos do dia 14 de junho, Santos, a cidade em que há mais vitimas de Covid em toda a região, tinha 222 óbitos confirmados. Sim, bem mais do que Cubatão. Só que a população santista, sempre segundo o IBGE, é de 433.311 pessoas. Quase quatro vezes maior que a de Cubatão. Em Santos, essa média é de 51 mortos para cada 100 mil moradores.

Não queremos apenas criticar por criticar, mas é urgente que a Prefeitura de Cubatão tome medidas para cessar essa escalada de sofrimento na Nossa Cidade. Quais serão as próximas medidas? O que temos feito de errado para estarmos nessa posição triste na Região Metropolitana da Baixada Santista?

*Paula Ravanelli é procuradora municipal e pré-candidata à Prefeitura de Cubatão